quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sussurro - Capitulo 9

 EU CORTEI A MULTIDÃO DO LADO DE DENTRO DA ARCADA, PASSANDO pelo quiosque e pelos banheiros. Quando as mesas de pebolim entraram no campo de visão, Vee não estava em nenhuma delas. Tampouco Elliot ou Jules.
“Parece que eles foram embora,” Patch disse. Seus olhos talvez tenham tido uma fatia de divertimento. Mas também, com o Patch, poderia tão facilmente ter sido algo inteiramente diferente. “Parece que você precisa de uma carona.”
“Vee não me deixaria,” eu disse, ficando na ponta dos pés para ver por sobre o alto da multidão. “Eles provavelmente estão jogando tênis de mesa.”
Eu passei a multidão pela lateral enquanto Patch seguia atrás, entornando uma lata de refrigerante que tinha comprado no caminho. Ele tinha se oferecido para me comprar uma, mas no meu estado atual, eu não estava certa se conseguiria segurá-la.
Não havia rastros da Vee ou do Elliot nas mesas de tênis.
“Talvez eles estejam nas máquinas de fliperama,” Patch sugeriu. Ele definitivamente estava caçoando de mim.
Eu me senti ficar um pouco vermelha no rosto. Onde estava a Vee?
Patch ofereceu seu refrigerante. “Certeza que não quer uma bebida?”
Eu olhei da lata para o Patch. Só porque o meu sangue esquentava ao pensar em colocar a minha boca onde a dele estivera não queria dizer que eu tinha que contar a ele.
Eu escavei a minha bolsa e puxei meu celular. A tela no meu telefone estava preta e se recusava a ligar. Eu não entendia como a bateria podia ter acabado quando eu havia carregado-a logo antes de ir embora. Eu apertei o botão de ligar continuamente, mas nada aconteceu.
Patch disse, “Minha oferta ainda está de pé.”
Eu pensei que ficaria mais segura pegando carona de um estranho. Eu ainda estava balançada por causa do que tinha acontecido no Arcanjo, e não importava quantas vezes eu tentasse apagar isso, o imaginário de cair repetia-se na minha cabeça. Eu estava caindo... e então o passeio tinha acabado. Bem assim. Era a coisa mais aterrorizante pela qual eu já tinha passado. Quase tão aterrorizante era que eu era a única que parecera notar. Nem mesmo o Patch, que tinha estado bem ao meu lado.
Eu bati minha palma na minha testa. “O carro dela. Ela está provavelmente me esperando no estacionamento.”
Trinta minutos mais tarde eu já havia caçado o estacionamento todo. O Neon tinha ido embora. Eu não acreditava que a Vee tinha ido embora sem mim. Talvez tivesse havido uma emergência. Eu não tinha como saber, já que não podia checar as mensagens no meu celular. Eu tentei conter as minhas emoções, mas se ela tivesse me deixado, eu tinha uma ampla quantidade de raiva fervendo sob a superfície, pronta para derramar.
“Já está sem opções?” perguntou o Patch.
Eu mordi meu lábio, pesando minhas outras opções. Eu não tinha outras opções. Infelizmente, eu não estava certa se estava pronta para aceitar a oferta do Patch. Em um dia normal, ele exalava perigo. Hoje havia uma mistura potente de perigo, ameaça, e mistério, todos juntos.
Finalmente eu soltei um suspiro e rezei para não estar prestes a cometer um erro.
“Você me levará diretamente para casa,” eu disse. Soava mais como uma pergunta do que uma ordem.
“Se é isso que você quer.”
Eu estava prestes a perguntar ao Patch se ele tinha notado algo de estranho no Arcanjo, quando eu me impedi. Eu estava assustada demais para perguntar. E se eu estava vendo coisas que não estavam realmente acontecendo? Primeiro o cara com a máscara de esqui. Agora isso. Eu tinha bastante certeza que o Patch falando com a minha mente era real, mas o resto? Não tinha tanta certeza.
Patch se aproximou algumas vagas. Uma moto preta brilhante descansava no estribo lateral. Ele subiu e inclinou sua cabeça para o assento atrás de si. “Sobe aí.”
“Uau. Bike legal,” eu disse. O que era uma mentira. Parecia como uma armadilha mortal preta brilhante. Eu nunca tinha subido numa moto, na minha vida, nunca. Eu não estava certa se queria mudar isso hoje à noite.
“Eu gosto da sensação do vento no meu rosto,” eu continuei, esperando que minha bravata mascarasse o meu terror de me deslocar em velocidade acima de 104 quilômetros por hora com nada entre mim e a estrada.
Havia um capacete – preto com um visor escuro – e ele o segurou para mim.
Tomando-o, eu passei a minha perna por cima da bike e percebi como me sentia insegura com nada além de uma tira de assento debaixo de mim. Eu deslizei o capacete por sobre os meus cachos e o prendi debaixo do meu queixo.
“É difícil dirigir?” eu perguntei. O que eu realmente quis dizer era, É seguro?
“Não,” Patch disse, respondendo tanto a minha pergunta proclamada quanto a não. Ele riu suavemente. “Você está tensa. Relaxe.”
Quando ele saiu do estacionamento, a explosão de movimento me assustou; eu estivera segurando a camiseta dele com justo o bastante de tecido entre os meus dedos para manter meu equilíbrio. Agora eu lacei meus braços ao redor dele em um abraço de urso ao contrário.
Patch acelerou na rodovia, e minhas coxas se apertaram ao redor dele. Eu esperei ter sido a única a notar.
Quando alcançamos a minha casa, Patch parou a bike na estrada ensopada de névoa, parou o motor, e pulou fora. Eu removi meu capacete, equilibrando-o cuidadosamente no assento na minha frente, e abri a minha boca para dizer algo do tipo Obrigada pela carona, te vejo segunda.
As palavras dissolveram a medida em que o Patch cruzava a entrada e se dirigia para os degraus da varanda.
Eu não conseguia começar a especular o que ele estava fazendo. Andando comigo até a porta? Altamente improvável. Então... o quê?
Eu subi na varanda atrás dele e encontrei-o na porta. Eu observei, dividida entre confusão e uma preocupação escalante, a medida em que ele retirava um molho de chaves familiares de seu bolso e inseria a chave da minha casa na fechadura.
“Devolve as minhas chaves,” eu disse, desconcertada por não saber como as minhas chaves tinham ido parar na posse dele.
“Você derrubou elas na arcada quando estava caçando o seu celular,” ele disse.
“Não ligo onde eu as derrubei. Devolva-as.”
Patch ergueu suas mãos, clamando inocência, e se afastou da porta. Ele inclinou um ombro contra os tijolos e me observou chegar até a fechadura. Eu tentei virar a chave. Eu dei um passo para trás. “Vá em frente. Tente. Está presa.”
Com um clique afiado, ele virou a chave. A mão postada na maçaneta, ele arqueou suas sobrancelhas como se para dizer Posso?
Eu engoli em seco, enterrando uma onda de fascínio mútuo e inquietação. “Vá em frente. Não vai esbarrar em ninguém. Estou sozinha em casa.”
“A noite toda?”
Imediatamente, eu percebi que podia não ter sido a coisa mais esperta a se dizer. “Dorothea virá logo.” Isso era mentira. Dorothea há muito tinha ido. Estava perto da meia-noite.
“Dorothea?”
“A empregada. Ela é velha – mas forte. Muito forte.” Eu tentei me espremer para passar por ele. Sem sucesso.
“Soa aterrorizante,” ele disse, retirando a chave da fechadura. Ele a segurou para mim.
“Ela consegue limpar uma privada dentro e fora em menos de um minuto. Está mais para assustador.” Tomando a chave, eu passei ao redor dele. Eu tinha plenas intenções de fechar a porta entre nós, mas enquanto me virava, Patch preencheu a entrada, seus braços apoiados em ambos os lados da moldura.
“Não vai me convidar para entrar?” ele perguntou, sorrindo.
Eu pestanejei. Convidá-lo a entrar? Na minha casa? Com ninguém mais em casa?
Patch disse, “É tarde.” Seus olhos seguiram os meus de perto, refletindo um brilho caprichoso. “Você deve estar com fome.”
“Não. Sim. Eu quero dizer, sim, mas –”
De repente ele estava do lado de dentro.
Eu dei três passos para trás; ele cutucou a porta com seu pé para fechá-la. “Gosta de mexicana?” ele perguntou.
“Eu –” Eu gostaria de saber o que você está fazendo dentro da minha casa!
“Tacos?”
“Tacos?” eu ecoei.
Isso pareceu diverti-lo. “Tomates, alface, queijo.”
“Eu sei o que é um taco!”
Antes que eu pudesse impedi-lo, ele passou cavalgando por mim para dentro da casa. No fim do corredor, ele dirigiu-se a esquerda. Para a cozinha.
Ele foi até a pia e abriu a torneira enquanto esfregava sabão até a metade de seus braços. Aparentemente tendo ficado à vontade, ele foi primeiro para a despensa, então pesquisou a geladeira, pegando itens aqui e ali – salsa, queijo, alface, um tomate. Então ele escavou as gavetas e achou uma faca.
Eu suspeitei que estava na metade de um ataque de pânico com a imagem do Patch segurando uma faca quando outra coisa capturou minha atenção. Eu dei dois passos para frente e olhei de soslaio para o meu reflexo em uma das frigideiras suspensas no pendura-panelas. Meu cabelo! Parecia um arbusto seco gigante que tinha rolado para o alto da minha cabeça. Eu bati uma mão na minha boca.
Patch sorriu. “Você tem cabelo ruivo natural?”
Eu o encarei. “Eu não tenho cabelo ruivo.”
“Odeio ter que te informar disso, mas é ruivo. Eu podia tocar fogo nele e ele não ficaria mais vermelho.”
“É castanho.” Então talvez eu tivesse a menor, mais minúscula, mais infinitesimal quantidade de castanho avermelhado no meu cabelo. Eu ainda era morena. “É a iluminação,” eu disse.
“É talvez sejam as lâmpadas incandescentes.” O sorriso dele levantou ambos os cantos de sua boca, e uma covinha surgiu.
“Eu volto logo,” eu disse, me apressando para fora da cozinha.
Eu subi as escadas e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. Com isso fora do caminho, eu juntei meus pensamentos. Eu não estava totalmente confortável com a ideia do Patch vagando livremente pela minha casa – armado com uma faca. E a minha mãe me mataria se descobrisse que eu tinha convidado Patch para entrar quando Dorothea não estava.
“Pode ficar para outro dia?” eu perguntei ao encontrá-lo ainda trabalhando arduamente na cozinha dois minutos mais tarde. Eu coloquei uma mão no meu estômago, sinalizando que ele estava me incomodando. “Enjoada,” eu disse. “Eu acho que foi a carona.”
Ele parou de cortar e olhou para cima. “Eu quase acabei.”
Eu notei que ele tinha trocado de faca por uma lâmina maior – e mais afiada.
Como se ele tivesse uma janela para os meus pensamentos, ele levantou a faca, examinando-a. A lâmina brilhou na luz. Meu estômago se apertou.
“Abaixa a faca,” eu instrui silenciosamente.
Patch olhou de mim para a faca e então novamente. Após um minuto ele a deitou na minha frente. “Não vou te machucar, Nora.”
“Isso é... tranqüilizante,” eu consegui dizer, mas minha garganta estava apertada e seca.
Ele girou a faca, o cabo apontado na minha direção. “Vem aqui. Vou te ensinar a fazer tacos.”
Eu não me movi. Havia um brilho nos olhos dele que me fez pensar que eu devia estar com medo dele... e eu estava. Mas aquele medo era igualmente fascinante. Havia algo extremamente perturbador em estar perto dele. Na presença dele, eu não confiava em mim mesma.
“Que tal... um acordo?” Seu rosto estava curvado, enegrecido e ele olhou para mim através de seus cílios. O efeito era uma impressão de integridade. “Me ajude a fazer tacos, e eu responderei algumas de suas perguntas.”
“Minhas perguntas.”
“Eu acho que você sabe o que eu quero dizer.”
Eu sabia exatamente o que ele queria dizer. Ele estava me dando um vislumbre de seu mundo particular. Um mundo onde ele conseguia falar com a
minha mente. Novamente ele sabia exatamente o que dizer, exatamente no momento certo.
Sem uma palavra, eu me movi para seu lado. Ele deslizou a tábua de corte na minha frente.
“Primeiro,” ele disse, vindo por trás de mim e colocando suas mãos no balcão, bem do lado das minhas, “escolha o seu tomate.” Ele abaixou sua cabeça para que sua boca estivesse na minha orelha. Seu hálito estava quente, fazendo cócegas na minha pele. “Ótimo. Agora, pegue a faca.”
“O chefe sempre fica tão perto?” eu perguntei, não certa se eu gostava ou temia a palpitação que sua proximidade causava dentro de mim.
“Quando ele está revelando segredos culinários, sim. Segure a faca com vontade.”
“Eu estou segurando.”
“Ótimo.” Recuando, ele me deu uma olhada minuciosa, parecendo escrutinar cada imperfeição – seus olhos moviam-se para cima e para baixo, aqui e ali. Para cada momento enervante, eu pensei ter visto um sorriso secreto de aprovação. “Cozinhar não é algo que se ensina,” Patch disse. “É herdado. Ou você tem ou não tem. Como química. Você acha que está pronta para química?”
Eu pressionei a faca pelo tomate; ele foi dividido em dois, cada metade balançando gentilmente na tábua de corte. “Me diz você. Estou pronta para química?”
Patch fez um som profundo que eu não consegui decifrar e sorriu ironicamente.
Após o jantar, Patch levou nossos pratos para a pia. “Eu lavo, você seca.” Caçando nas gavetas na lateral da pia, ele achou um pano de prato e o tirou brincalhonamente para mim.
“Estou pronta para te fazer aquelas perguntas,” eu disse. “Começando com aquela noite na biblioteca. Você me seguiu...”
Eu dissipei. Patch se inclinou preguiçosamente contra a bancada. Cabelo negro saia debaixo de seu boné de beisebol. Um sorriso repuxou as boca. Meus pensamentos dissolveram e bem assim, um pensamento novo penetrou a superfície da minha mente.
Eu quero beijá-lo. Agora.
Patch arqueou suas sobrancelhas. “O quê?”
“Hãn – nada. Nada mesmo. Você lava, eu seco.”
O que aconteceu com tratar Patch como seu pior hábito? Eu perguntei a mim mesma. O que aconteceu com jogar fora o velho, e ficar com o novo?
Não levou muito para terminar com os pratos, e quando terminamos, nos encontramos comprimidos no espaço próximo a pia. Patch se deslocou para pegar o pano de mim, e nossos corpos se tocaram. Nenhum de nós se moveu, segurando o elo frágil que nos unia.
Eu recuei primeiro.
“Assustada?” ele murmurou.
“Não.”
“Mentira.”
Meu pulso subiu um degrau. “Não tenho medo de você.”
“Não?”
Eu falei sem pensar. “Talvez seja só que eu tenha medo de –” eu me amaldiçoei por ter começado a frase. O que eu deveria dizer agora? Eu não estava prestes a admitir para o Patch que tudo nele me assustava. Isso lhe dava permissão para me provocar ainda mais. “Talvez seja só que eu tenha medo de... de –”
“Gostar de mim?”
Aliviada por não ter que terminar minha própria fase, eu automaticamente respondi, “Sim.” Eu percebi tarde demais o que havia confessado. “Quero dizer, não! Definitivamente não. Não era isso que eu estava tentando fazer!”
Patch riu suavemente.
“A verdade é que, parte de mim definitivamente não fica confortável ao seu redor,” eu disse.
Eu agarrei a bancada atrás de mim para me apoiar. “Mas ao mesmo tempo eu sinto uma atração assustadora por você.”
Patch sorriu ironicamente.
“Você é metido demais,” eu disse, usando minha mão para empurrá-lo um passo para longe.
Ele prendeu a minha mão contra seu peito e puxou minha manga pelo meu pulso, cobrindo minha mão com ela. Tão rapidamente quanto, ele fez a mesma coisa com minha outra manga. Ele segurou minha camiseta pelos punhos, minhas mãos capturadas. Minha boca se abriu em protesto.
Me puxando para mais perto, ele não parou até que eu estivesse diretamente na frente dele. De repente ele me levantou na bancada. Meu rosto estava no nível do dele. Ele me fixou com um sorriso negro e convidativo. E foi aí que eu percebi que esse momento estivera dançando nas beiradas das minhas fantasias por diversos dias já.
“Tire seu boné,” eu disse, as palavras saindo antes que eu pudesse impedi-las.
Ele o deslizou ao redor, a aba para trás.
Eu me movi para a beirada da bancada, minhas pernas balançando de cada lado das dele. Algo dentro de mim estava me dizendo para parar – mas eu varri essa voz para o fundo da minha mente.
Ele esparramou suas mãos na bancada, bem do lado de fora dos meus quadris. Inclinando sua cabeça para um lado, ele se moveu mais para perto. O cheiro dele, que era todo de terra escura úmida, me inundou.
Eu inalei duas respirações agudas. Não. Isso não estava certo. Isso não, não com o Patch. Ele era assustador. De um jeito bom, sim. Mas também de um jeito ruim. Um jeito muito ruim.
“Você deveria ir,” eu respirei. “Você definitivamente deveria ir.”
“Ir para cá?” Sua boca estava no meu ombro. “Ou para cá?” Ela se moveu para o meu pescoço.
Meu cérebro não conseguia processar um pensamento lógico. A boca do Patch estava perambulando para o norte, sobre a minha mandíbula, sugando gentilmente minha pele...
“Minhas pernas estão adormecendo,” eu soltei. Não era uma mentira total. Eu estava experimentando sensações de formigamento por todo o meu corpo, inclusive as pernas.
“Eu posso resolver isso.” As mãos do Patch se fecharam nos meus quadris.
De repente meu telefone celular tocou. Eu pulei ao som dele e tateie-o no meu bolso.
“Oi, docinho,” minha mãe disse alegremente.
“Posso te ligar de volta?”
“Claro. O que está acontecendo?”
Eu desliguei o telefone. “Você precisa ir embora,” eu disse ao Patch. “Agora.”
Ele deslizou seu boné de beisebol de volta. Sua boca era o único traço que eu conseguia ver por debaixo dele, e ela se curvou em um sorriso travesso. “Você não está usando maquiagem.”
“Eu devo ter esquecido.”
“Bons sonhos essa noite.”
“Claro. Sem problema.” O que ele tinha dito?
“Sobre aquela festa amanhã à noite...”
“Eu pensarei nisso,” eu consegui dizer.
Patch enfiou um pedaço de papel dentro do meu bolso, seu toque mandando sensações quentes pelas minhas pernas. “Aqui está o endereço. Eu estarei te procurando. Venha sozinha.”
Um momento mais tarde eu escutei a porta da frente fechar atrás de mim. Um rubor feroz subiu até o meu rosto. Perto demais, eu pensei. Não havia nada de errado com fogo... contanto que você não chegasse muito perto. Algo para se ter em mente.
Eu me inclinei contra os armários, tomando fôlegos curtos e rasos.

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